sexta-feira, 31 de outubro de 2008


-Não Apolo, vamos embora estou com dor de cabeça, e outra, a mãe de Sophia está um nojo, e o pai dela estressado, me arrependi de ter vindo.
-Aham, então depois ligamos para ela.
-Que bicho te mordeu hein, nunca se preocupou com Sophia.
-Por nada, só preocupação mesmo. Vocês são muito amigas e eu resolvi ser gentil, só isso Lu.
Luiza acha estranha a atitude de Apolo, mas prefere não fazer nenhum comentário. Eles entram no carro e seguem, Mais a frente Apolo vê Pietro sentado na calçada.

-Olha o Pietro, todo largado, coitado.
-ONDE? – Diz Luiza assustada.
-Nossa o que foi isso Luiza?
-Desculpe-me meu amor, é que faz tempo que não o vejo e disseram-me que ele... Bom, não importa.
-Disseram o que Luiza?
-Que ele estava acabado, machucado, sei lá.

Apolo percebera que Luiza estava estranha, mas preferiu não dizer nada. Chegando a casa, Luiza foi direto para o chuveiro tomar um banho gelado, Apolo foi se deitar, disse que a esperaria na cama.
No chuveiro, Luiza se perguntava o que estava fazendo de sua vida, ir atrás de Pietro no dia de seu casamento era loucura, mas desejava dormir com Pietro naquela noite.

E sua mão começa a passear pelo seu corpo, quando derrepente, o celular de Luiza toca, ela vê que é Apolo e diz que não vai atender, mas Pietro insiste.

-Atende, pode ser importante
-Não, não quero.
-Atende Luiza
-Que saco! Oi Apolo!
-Oi Lú! Estou ligando ai na casa de sua mãe e ninguém atende, estava preocupado.
-É...
-Estou indo te buscar.
-Não, é que, ai que dor de cabeça.
-Então já vou.
-Eu não estou na casa da minha mãe, eu estou na Sophia.
-QUE HISTÓRIA É ESSA LUIZA? Você não falou que ia na sua mãe?
-Eu fui, mas não tinha ninguém, Sophia me ligou dizendo que estava doente e vim vê-la.
-Tá, jajá chego ai.
-Não Apolo, eu vou dormir aqui.
-O QUE?
-Brincadeira amor...
-Tchau te amo.
-Também te amo - Luiza diz olhando para Pietro.

Apolo desligou e foi buscá-la. Luiza ficou desesperada.

-E agora? Tenho que correr para a casa de Sophia.
-Eu falei pra você ir embora.
-Eu sei, me leva até o portão!
-Não, vou te levar até a casa da Sophia, você não está em condições de andar sozinha, ainda mais essa hora.
-Mas Apolo pode ver...
-Não vai, mas vamos logo.

Pietro e Luiza vão correndo para chegar antes de Apolo.

-Melhor você voltar daqui Pie
-Tudo bem, vou ficar te olhando. Tchau Lú.
-Tchau... Ah eu vou ficar esperando Apolo no portão, quando ele chegar, vá até a casa de Sophia e diz para ela confirmar que eu estava na casa dela, caso alguém pergunte.
-Tá, agora vai logo, deve ser o carro de Apolo vindo.
Luiza vai para o portão e finge estar acenando para alguém, Apolo desce do carro, ele quer entrar para ver se Sophia está melhor.

O dia do casamento - Capítulo XVIII

-Pietrooooooo... Pietrooooooo!
- O queeeee?
-Abre Pietro, é a Luiza!
-Eu sei, não estou afim, vai embora, some daqui...

Luiza tenta abrir o portão e vê que está aberto, então entra e vê Pietro jogado no sofá, com uma garrafa de Whisky barato, quase vazia, ao lado. Apesar de parecer, não estava bêbado, alias, estava bem sóbrio.

-Bebendo Pietro? Quantas vezes eu tenho que falar pra voc...
-Você não tem que falar nada, você tem que ficar quieta, e some da minha frente. – Pietro diz em um tom meio agressivo.
-Calma, não vim aqui para discutir com você, eu vim para...
-Eu sei pra que você veio... Você veio pra rir da minha desgraça, para ver meu estado e contar para seu maridinho, e eu serei alvo da felicidade de vocês.
-Pára, você sabe que não é assim, você sabe que o que eu mais quero é te ver feliz.
-Você não quer isso, se quisesse teria ficado comigo e não com aquele tolo.

Luiza se aproxima.

-Pie, por favor...
-Luiza, vai embora, por favor, agora quem quer te esquecer sou eu, e com você sempre presente isso será impossível. – Agora Pietro parece mais calmo.
-Eu sei Pietro... Desculpe!
-Pegue o Whisky na geladeira para mim por favor?
-Não, não quero que você beba...
-Bebe comigo? Vamos comemorar seu casamento.

Apesar de Luiza não beber, e odiar o fato de que Pietro bebe, sentiu-se tentada pelo convite e...

-Ta, vou buscar.

O Whisky já não era barato, era mais forte, e pelo fato de Luiza nunca beber, seria fácil de embebedar-se. Pietro serviu-a, Luiza tomou, mas fez careta, Pietro riu.

-Não sou acostumada, você sabe!
-Cadê seu marido?
-Está em casa!
-Porque não o trouxe?
-Ainda não estou louca Pietro...
-Ele sabe que você está aqui?
-Não! – Luiza se perde com o olhar, sente uma vergonha de estar ali, e Apolo em casa, pensando que ela está na casa de sua mãe.
-E ele acha que estais aonde? Na casa da mamãe? Ahahhaahahha
-É.
-Aahahahahhaaha, seu maridinho é mesmo um idiota, só ele pra acreditar nisso.

Luiza dá um sorriso sem graça, e serve-se de Whisky, vira o copo de uma vez, acompanhado de uma careta. Pietro sorri novamente.

-Para quem não bebe, até que você não é tão mal...
-É, quando viro de uma vez, parece que não fica tão ruim...
-E ainda faz uma careta dessas?

Luiza já estava meio tonta, a bebida já tinha feito efeito, dali pra frente, tudo que fizesse seria efeito de duas dozes, nada mais...

-Pietro, eu gosto de você, nem sei por que me casei com Apolo, você não sabe como estou arrependida, se eu pudesse voltar atrás eu...
-Você faria tudo de novo.
-Não, não faria...
-Você diz isso porque já conheceu o gosto amargo do casamento, mas se não soubesse, você não diria o que está dizendo agora, entendeu?

Luiza serviu-se novamente, estava bebendo mais que Pietro, estava descontrolada, perturbada, confusa, tinha vontade de se jogar nos braços de Pietro e se entregar completamente... Luiza olhou no relógio e...

-22horas? Nossa como o tempo passou rápido... Nem percebi...
-É, quando estamos ao lado da pessoa amada, a hora passa e nem vemos. É melhor você ir embora, pode complicar para você, eu levo você até a casa de sua mãe e de lá você liga para Apolo te buscar, para ele não desconfiar. Vamos?
-Não, não, não, e não! – Luiza se aconchega no peito de Pietro como se fosse uma criança no colo de sua mãe.
Pietro a abraça carinhosamente, como era bom aquilo, como era bom ter Luiza ao seu lado, como era bom sentir-se feliz...

-Mas Lu, Apolo já deve ter ligado para a casa de sua mãe, logo na primeira noite de casados você some assim, ele deve estar preocupado.
-Deixe, eu estou com você e estou feliz, nada, nada mais importa! – Luiza já não tinha vergonha, a bebida tomara conta de guardar a vergonha em um canto bem escondido dentro dela...
-Ta bom Luiza, caso aconteça algo, não quero que me culpe de nada, está ouvindo? Eu tentei!
-Eu sei o que estou fazendo...
-Não você não sabe, está bêbada, mas também não posso levá-la a força, não devia ter deixado você beber.

Pietro falava em um tom de preocupação, Luiza sentiu que Pietro estava realmente preocupado com ela, e adorou, sentiu-se protegida... Luiza ia servir-se de sua quarta dose, quando Pietro tomou o copo de suas mãos...

-Só mais esse Pie?
-Não! Chega.

Os dois estavam sentados no chão, como nos velhos tempos, adoravam sentar no tapete, sentiam-se mais livres... Luiza deitada no peito de Pietro, e começou a contar à sensação que teve na hora de seu casamento.

-Era estranho, era como se estivesse sendo acorrentada obrigatoriamente, sentia vontade de correr, mas não podia, não conseguia, eu olhava a Apolo de um jeito estranho, como nunca tinha olhado antes... E quando chegamos em nossa casa, que vi que aquela casa era NOSSA, foi estranho.
-Hum...
-Poxa, to te contando o que senti e você me respondo com um simples ‘hum’. Por favor, né.
-Você quer que eu fale o que? Não tenho o que falar quem escolheu isso foi você.

Luiza ficou quieta, sabia que Pietro é quem tinha razão. Os dois ficaram calados, e Pietro acariciava seu rosto, depois seus braços, e depois sua barriga...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XVII



Sim, ficar longe realmente seria o melhor, a única maneira de esquecer um grande amor... Esquecer não, esquecer talvez seja uma palavra muito forte, não se "esquece" um grande amor, apenas com a ausência fica mais fácil de viver...Enfim, chega o esperado dia do casamento, Luiza está se arrumando, sente duvida, mas não pode desistir. Apolo já está pronto, também sente uma leve dúvida, um certo medo por tudo que houvera acontecido em seu "outro" casamento, mas está certo de que deve se casar e ser feliz com Luiza. Então chega o momento, um casamento simples, e desta vez, não teve interrupções, Luiza, finalmente casou-se com Apolo... Os dois vão para o apartamento que haviam preparado há uns dois anos.


-Lu, você não imagina como estou feliz, que bom que desta vez deu certo!

-É mesmo – Luiza dá um sorriso sem graça.

-Vou tomar banho meu amor, precisamos descansar. Aliás, já decidiu aonde quer passar a lua de mel?

-Não amor, depois conversamos sobre isso.


Apolo então foi tomar seu banho feliz da vida, realmente, casar-se com Luiza foi a melhor coisa que já acontecera em sua vida. Luiza, por incrível que pareça, apesar de sua determinação, sente-se arrependida, havia casado, casamento é uma coisa muito séria, não era como um simples noivado que pudera desistir a qualquer momento, agora ela tinha assinado uns papeis que mudara a vida dela. Pietro não saia de sua cabeça... Foi até a porta de banheiro e disse a Apolo:


-Amor, estou indo até a casa de minha mãe – a casa de sua mãe ficava apenas a uns 30 minutos dali...

-Como assim na casa de sua mãe?

-Estou com saudades dela...

-Você acabou de vê-la Luiza.

-É eu sei, mas...

-Ta bom Lu, espere eu sair que vou contigo até lá.

-NÃO!

-Ham? Como não? Porque Luiza?

-Ah amor, é porque você deve estar cansado e eu volto logo, só vou dar um beijo na minha mãe, sabe como é, é a primeira noite que vou passar sem ela, é estranho...

-Mas Lu, você dormia na casa de suas amigas e não era estranho, agora você é minha esposa, você tem que ficar comigo.

-Eu sei amor, mas é diferente, você não entende, eu sei... Mas olha, estou indo, tchau beijos, te am... amo!

-Tchau Lu, eu também te amo muito viu. Volta logo!


Então Luiza sai, não vai a casa de sua mãe... Anda meio sem rumo, tem vontade de ir a casa de Pietro, não sabe se deve... Mas vai...