sexta-feira, 31 de outubro de 2008


O dia do casamento - Capítulo XVIII

-Pietrooooooo... Pietrooooooo!
- O queeeee?
-Abre Pietro, é a Luiza!
-Eu sei, não estou afim, vai embora, some daqui...

Luiza tenta abrir o portão e vê que está aberto, então entra e vê Pietro jogado no sofá, com uma garrafa de Whisky barato, quase vazia, ao lado. Apesar de parecer, não estava bêbado, alias, estava bem sóbrio.

-Bebendo Pietro? Quantas vezes eu tenho que falar pra voc...
-Você não tem que falar nada, você tem que ficar quieta, e some da minha frente. – Pietro diz em um tom meio agressivo.
-Calma, não vim aqui para discutir com você, eu vim para...
-Eu sei pra que você veio... Você veio pra rir da minha desgraça, para ver meu estado e contar para seu maridinho, e eu serei alvo da felicidade de vocês.
-Pára, você sabe que não é assim, você sabe que o que eu mais quero é te ver feliz.
-Você não quer isso, se quisesse teria ficado comigo e não com aquele tolo.

Luiza se aproxima.

-Pie, por favor...
-Luiza, vai embora, por favor, agora quem quer te esquecer sou eu, e com você sempre presente isso será impossível. – Agora Pietro parece mais calmo.
-Eu sei Pietro... Desculpe!
-Pegue o Whisky na geladeira para mim por favor?
-Não, não quero que você beba...
-Bebe comigo? Vamos comemorar seu casamento.

Apesar de Luiza não beber, e odiar o fato de que Pietro bebe, sentiu-se tentada pelo convite e...

-Ta, vou buscar.

O Whisky já não era barato, era mais forte, e pelo fato de Luiza nunca beber, seria fácil de embebedar-se. Pietro serviu-a, Luiza tomou, mas fez careta, Pietro riu.

-Não sou acostumada, você sabe!
-Cadê seu marido?
-Está em casa!
-Porque não o trouxe?
-Ainda não estou louca Pietro...
-Ele sabe que você está aqui?
-Não! – Luiza se perde com o olhar, sente uma vergonha de estar ali, e Apolo em casa, pensando que ela está na casa de sua mãe.
-E ele acha que estais aonde? Na casa da mamãe? Ahahhaahahha
-É.
-Aahahahahhaaha, seu maridinho é mesmo um idiota, só ele pra acreditar nisso.

Luiza dá um sorriso sem graça, e serve-se de Whisky, vira o copo de uma vez, acompanhado de uma careta. Pietro sorri novamente.

-Para quem não bebe, até que você não é tão mal...
-É, quando viro de uma vez, parece que não fica tão ruim...
-E ainda faz uma careta dessas?

Luiza já estava meio tonta, a bebida já tinha feito efeito, dali pra frente, tudo que fizesse seria efeito de duas dozes, nada mais...

-Pietro, eu gosto de você, nem sei por que me casei com Apolo, você não sabe como estou arrependida, se eu pudesse voltar atrás eu...
-Você faria tudo de novo.
-Não, não faria...
-Você diz isso porque já conheceu o gosto amargo do casamento, mas se não soubesse, você não diria o que está dizendo agora, entendeu?

Luiza serviu-se novamente, estava bebendo mais que Pietro, estava descontrolada, perturbada, confusa, tinha vontade de se jogar nos braços de Pietro e se entregar completamente... Luiza olhou no relógio e...

-22horas? Nossa como o tempo passou rápido... Nem percebi...
-É, quando estamos ao lado da pessoa amada, a hora passa e nem vemos. É melhor você ir embora, pode complicar para você, eu levo você até a casa de sua mãe e de lá você liga para Apolo te buscar, para ele não desconfiar. Vamos?
-Não, não, não, e não! – Luiza se aconchega no peito de Pietro como se fosse uma criança no colo de sua mãe.
Pietro a abraça carinhosamente, como era bom aquilo, como era bom ter Luiza ao seu lado, como era bom sentir-se feliz...

-Mas Lu, Apolo já deve ter ligado para a casa de sua mãe, logo na primeira noite de casados você some assim, ele deve estar preocupado.
-Deixe, eu estou com você e estou feliz, nada, nada mais importa! – Luiza já não tinha vergonha, a bebida tomara conta de guardar a vergonha em um canto bem escondido dentro dela...
-Ta bom Luiza, caso aconteça algo, não quero que me culpe de nada, está ouvindo? Eu tentei!
-Eu sei o que estou fazendo...
-Não você não sabe, está bêbada, mas também não posso levá-la a força, não devia ter deixado você beber.

Pietro falava em um tom de preocupação, Luiza sentiu que Pietro estava realmente preocupado com ela, e adorou, sentiu-se protegida... Luiza ia servir-se de sua quarta dose, quando Pietro tomou o copo de suas mãos...

-Só mais esse Pie?
-Não! Chega.

Os dois estavam sentados no chão, como nos velhos tempos, adoravam sentar no tapete, sentiam-se mais livres... Luiza deitada no peito de Pietro, e começou a contar à sensação que teve na hora de seu casamento.

-Era estranho, era como se estivesse sendo acorrentada obrigatoriamente, sentia vontade de correr, mas não podia, não conseguia, eu olhava a Apolo de um jeito estranho, como nunca tinha olhado antes... E quando chegamos em nossa casa, que vi que aquela casa era NOSSA, foi estranho.
-Hum...
-Poxa, to te contando o que senti e você me respondo com um simples ‘hum’. Por favor, né.
-Você quer que eu fale o que? Não tenho o que falar quem escolheu isso foi você.

Luiza ficou quieta, sabia que Pietro é quem tinha razão. Os dois ficaram calados, e Pietro acariciava seu rosto, depois seus braços, e depois sua barriga...

Um comentário:

wallis disse...

Se Liga!!! o que sera que se passa na cabeça de uma mulher assim, não consigo entender =/

Ta ótimo o blog Gra!